No intuito de qualificar a assistência em saúde à população LGBT+, o Subsecretário Estadual de Políticas Públicas LGBT, Leonardo Bastos, participou da “I Oficina de acolhimento à população LGBTQI+ nas unidades de saúde”, realizada na manhã desta terça-feira (15.09) de forma on-line e organizada pela Divisão de Ações Programáticas e Políticas Estratégicas da Atenção Básica, da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande.
Essa primeira ação teve como público alvo os (as) assistentes sociais das Unidades Básicas (UBS) de Saúde e das Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF), com o objetivo de instruir os profissionais sobre a importância do atendimento humanizado de forma integral e sem discriminação a essa parcela da população.
A Assistente Social e Gerente Técnica de Equidade em Saúde, Lucimara Faria iniciou a oficina ressaltando a necessidade do acolhimento humanizado no atendimento no SUS, desde a chegada do (a) paciente até sua saída. “Precisamos oferecer uma escuta qualificada que possibilite analisar a demanda, garantindo a atenção necessária e a devolutiva que este paciente precisa. Não podemos aceitar nenhuma forma de violação de direitos humanos básicos da população LGBT devido a processos de preconceito, de discriminação dentro nas unidades de saúde”.
Em sua fala a também Assistente Social Ana Cristina Ireno, abordou a vulnerabilidade e Risco Social pelos quais a pessoas LGBT + passam, além de destacar a importância da oficina. “Essa oficina é o momento para ouvirmos os profissionais que trabalham diretamente com esse público. Pois precisamos de atividades que integram, que criam a inclusão social dos LGBTs um convívio mais prazeroso na sociedade”.
O respeito ao nome social também foi pauta do evento. Uma vez que desde 2013 o Decreto nº 13.694, assegurou a identificação pelo nome social em documentos de prestação de serviço quando atendidas nos órgãos da administração pública direta e indireta no Estado do Mato Grosso do Sul. “O respeito ao nome é primordial. Se você não sabe como chamar a pessoa, pergunte. Ela irá te explicar e assim o atendimento terá um início respeitoso, com o acolhimento que tanto falamos aqui”, explica o médico voluntário da Clínica Social da Casa Satine, Theo Werner.
Na ocasião o médico apresentou dados de violência contra pessoas LGBTQI+, que segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), o Brasil é o país com maior quantidade de registros de crimes letais contra LGBTs do mundo, seguido do México e Estados Unidos.
Fechando o evento o Subsecretário Estadual de Políticas Públicas LGBT, Leonardo Bastos destacou a necessidade do debate sobre o tema. “É preciso falar dessa temática, entender o fluxo de atendimento e não ter medo de apontar as nossas falhas. Nossa proposta é qualificar o acesso e a atenção à saúde das pessoas LGBT, estimulando a equipe com discussões e atividades nos territórios das unidades de saúde”.
Ao todo 40 profissionais da saúde participaram da oficina tendo como missão a partir de agora de capacitarem suas equipes dentro das unidades de saúde. “Vamos fazer uma força tarefa para repassar as informações e conhecimentos adquiridos nessa primeira oficina. Precisamos dar continuidade a uma pauta com muitas especificidades”, reforçou a supervisora técnica da Divisão de Ações Programáticas e Estratégicas da Atenção Básica, Lucimara Maria de Souza Martins.
Informações e denúncias sobre violação de direitos de pessoas LGBT+ podem ser acessadas através do Centro de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia (CENTRHO).