Ágatha é uma menina negra que se sente diferente das outras crianças, e que faz da própria boneca sua única amiga. Com uma infância marcada pela questão do preconceito racial e do desejo de menina pela igualdade, “Os sonhos de Ágatha” é a história autobiográfica de uma mulher preta que hoje ocupa espaços de poder.
Desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, Jaceguara Dantas abre a programação do Julho das Pretas, campanha realizada pela Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, neste sábado (1º) no auditório do Bioparque Pantanal.
Julho das Pretas é o mês em que se coloca em evidência o debate sobre as políticas públicas de enfrentamento ao racismo, aos preconceitos e a todas as formas de violação de direitos, reafirmando o protagonismo e a participação das mulheres negras nos espaços políticos.
A escolha da data não é aleatória, e sim para celebrar o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra e o Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina-Americana e Caribenha, comemorados em 25 de julho.
A programação deste sábado inicia às 9h, com bate-papo com a autora do livro “Os sonhos de Ágatha”, Jaceguara Dantas, no Bioparque Pantanal. Na data também será entregue as carteirinhas de artesãs para as mulheres quilombolas de Furnas do Dionísio cadastradas junto à Gerência de Artesanato da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
O evento é aberto a todos e com entrada gratuita.
“Julho das Pretas”
A 5ª Edição da Campanha Julho das Pretas, realizada pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para Igualdade Racial tem como tema “Eu, Mulher Preta”.
Nesta edição serão realizados eventos presenciais em vários municípios do Estado, e nas plataformas digitais, incluindo feiras, palestras e rodas de conversa contemplando desde a população quilombola, às mulheres negras das periferias, reunindo juventude, maternidade, envelhecimento, além de ações de empregabilidade da população negra e mesa-redonda sobre empreendedorismo.
No Brasil, a Lei nº 12.987, de 02 de julho de 2014, instituiu a data 25 de julho como Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma importante liderança quilombola, que após a morte do companheiro José Piolho, tornou-se a rainha do quilombo de Quariterê, onde habitavam negros e indígenas, localizado no Vale do Guaporé (MT), entre os anos 1750 e 1770.
No âmbito do Estado de Mato Grosso do Sul, o Dia Estadual das Mulheres Negras foi instituído pela lei nº 5.254, de 17 de setembro de 2018. Em 2019, a Subsecretaria de Políticas Públicas para Igualdade Racial instituiu a Campanha “Julho das Pretas” para desenvolver ações com ênfase nas Mulheres Negras, de fortalecimento das Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial e de enfrentamento ao racismo.
Paula Maciulevicius, da Setescc