O Memorial da Cultura e da Cidadania traz para a população duas exposições abertas ao público e com entrada franca: “Religiões: a fé e a espiritualidade do campo-grandense”, no Arquivo Público Estadual, e “Rotas Monçoeiras: a história de um rio e seu povo”, no Museu da Imagem e do Som de MS.
A exposição fotográfica sobre Religiões é um convite para se conhecer a multiplicidade de rituais religiosos praticados na Capital de Mato Grosso do Sul. O propósito do trabalho não é esgotar a compreensão e a manifestação de quaisquer das religiões retratadas, mas chamar para olhar para fora. É uma chance para conhecer o novo e o diferente, na temática por vezes espinhosa da espiritualidade. A fisionomia e a identidade do povo campo-grandense são inúmeras e, sob esta alma amalgamada, a tolerância religiosa deve ser um dos seus pilares. Nos terreiros, mesquitas, centros, templos, igrejas e até mesmo em casa, as matrizes religiosas são múltiplas, unindo-se, dentre outras formas, pelo exercício contínuo da fé e da espiritualidade.
A autora, Glenda Rodrigues Oliveira, é campo-grandense de 34 anos, bacharel em Direito pela UFMS, pós-graduada em Direito Ambiental pela UCDB, servidora pública da Justiça Federal de Mato Grosso do Sul e estudante de Jornalismo da UFMS. É apaixonada por fotografia desde criança.
A produtora ZoomMira filmes, a Van Life Studio e o Museu da Imagem e do Som traz ao público a exposição composta por fotografias feitas durante o Seminário Regional do Folclore Monçoeiro na Rota Norte de Mato Grosso do Sul, de 14 a 16 de dezembro de 2016, junto com a estreia do documentário longa-metragem “Rotas Monçoeiras: a história de um rio e seu povo” (FIC/MS, 70 min., 2023). A exposição acompanha o lançamento do filme que tem o investimento do Fundo de Investimentos Culturais de MS, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
As Rotas Monçoeiras foram importantes expedições realizadas nos séculos XVIII e XIX entre São Paulo e Mato Grosso, devido à descoberta do ouro em Corumbá, ocorridas como um desdobramento das Bandeiras Paulistas, tendo sido um dos maiores movimentos migratórios do Brasil rumo ao Oeste no período colonial, através dos rios do interior do país. Estas expedições contribuíram significativamente para a formação dos primeiros povoados que deram origem às cidades de Coxim, Camapuã e região.
A exposição revela imagens do trajeto ao longo dos rios Taquari e Coxim, dos antigos garimpos e diamantes e da paisagem deslumbrante que cerca a região. O filme, por sua vez, resgata a imagem cultural das jornadas monçoeiras, além de destacar o importante papel dos indígenas, escravos e bandeirantes neste movimento histórico, divulgando o enorme esforço dos historiadores, memorialistas, turismólogos e ambientalistas no resgate e conservação desse patrimônio cultural que foi palco da expansão do território brasileiro através das águas e paisagens de Mato Grosso do Sul.
O coordenador do Museu da Imagem e do Som, Alexandre Sogabe, afirmou que o MIS tem realizado mostras e exposições que vem a contribuir com a afirmação da identidade do povo de Mato Grosso do Sul. “A exposição Rotas Monçoeiras busca contribuir com a difusão da história de um importante capítulo de nossa história, a história do rio e seu povo, da formação dos povos na região norte do estado… É uma atividade que visa contribuir com a missão do MIS de preservar a memória e a contar a histórias para que nunca nos esqueçamos de nossas raízes”.
A exposição “Religiões: a fé e a espiritualidade do campo-grandense, no Arquivo Público Estadual, fica em cartaz até o fim de março e “Rotas Monçoeiras: a história de um rio e seu povo”, no Museu da Imagem e do Som de MS, vai ficar durante todo o mês de fevereiro. O Memorial da Cultura e da Cidadania Apolônio de Carvalho fica na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, Centro.
Karina Lima, Comunicação FCMS
Fotos: Larissa Marca e Karina Lima/FCMS