O samba e a acessibilidade dão o tom ao retorno do Sarau no Parque das Nações Indígenas no domingo (4).
O Festival Sarau Cidadania e Cultura no Parque retorna ao Parque das Nações Indígenas no mês de dezembro. No próximo domingo (4), o evento será dedicado a duas datas emblemáticas: o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, 3 de dezembro, data que dialoga com a pasta da cidadania, enquanto a segunda data está correlacionada à cultura, o Dia do Samba, celebrado um dia antes, 2 de dezembro.
Com o devido lugar de fala, o ator e bonequeiro Jorge Barros será apresentador do evento ao lado da professora Rô. No palco, o artista utilizará de seu talento para falar daquilo que mais ama e que escolheu como caminho profissional, a cultura. Além de poder partilhar com o público as suas vivências enquanto pessoa cadeirante e agente cultural.
“A gente sabe que muitas das vezes a arte chega apenas a uma parcela da sociedade, o que gera certo privilégio. Daí a relevância de projetos como o Sarau no Parque que tem esse objetivo de atingir as comunidades periféricas e ser um espaço democrático. É fundamental que os artistas com deficiência também tenham mais visibilidade , algo que é um dever do Estado. Logo, ter essa abertura, inclusão, é essencial para que a gente busque e tenha sociedade mais igualitária”.
Também é aguardado no palco a participação do Grupo AMDEF Dance que mostra que a dança também não conhece fronteiras. O grupo apresenta coreografias de dança do ventre em cadeiras de rodas.
E neste contexto de acessibilidade e cidadania, a cultura inclusiva é algo impossível de dissociar do Sarau no Parque. Isso porque o projeto foi desenhando com esta proposta de evidenciar as pautas sociais. Desde julho, mês que marca o início do projeto, já passaram pelo palco artistas, ativistas, que lutam em várias frentes. São negros, indígenas, mulheres, pessoas com deficiência, da comunidade LGBTQIA+ e acima de 60 anos que trabalham por uma sociedade em que haja oportunidades sem distinção social.
“A cultura e a cidadania perdem o real significado quando não são inclusivas. É por isso que o Sarau no Parque foi pensado para ser um espaço de todos. Em todas as edições, temos os intérpretes de libras no palco, a participação de artistas com seus coletivos, as associações beneficentes ou de bairros que comercializam produtos na praça de alimentação. Tudo, aqui, é pensado para ser esse ponto de encontro entre todos os segmentos sociais”, pontua Eduardo Romero, secretário de Estado de Cidadania e Cultura
A acessibilidade também se faz presente nos detalhes. É que a cada nova edição o público tem à disposição cadeira de rodas e acesso a assentos para pessoas obesas. Fruto de uma parceria com a QualiSalva, também há uma ambulância que fica de prontidão no evento.
A diversidade de linguagens artísticas que o sarau contempla é outro ponto interessante, pois deixa evidente a pluralidade cultural de Mato Grosso do Sul. Tanto que pelo Dia do Samba, 2 de dezembro, o Cordão Valu chega com destaque no festival.
“O Cordão Valu completa 16 anos no Dia do Samba. A nossa participação vem para partilhar a história do bloco com o pessoal que vai ao parque, uma vez que o Cordão já faz parte do calendário de festividades do carnaval de Campo Grande”, afirma a coordenadora do bloco, Silvana Valu, que deseja longevidade ao sarau. “É essencial termos ações que descentralizam a cultura, com acesso das produções artísticas nos bairros, que valoriza a arte das periferias, os agentes culturais e o público Por isso, espero que o sarau tenha continuidade em 2023 dando segmento a todo trabalho gerado até aqui”.
Trabalho este que oportuniza uma vitrine para quem movimenta a economia criativa em outras cidades do Estado, como é o caso do Kelven Alex, de Corumbá. “Como artistas do interior, ter acesso a um palco na Capital para mostrar o nosso trabalho, a nossa arte, é muito enriquecedor”, avalia o jovem que já adianta o que preparou para o sarau. “Vou levar a coreografia ‘Comitiva Esperança’. Ela foi escolhida porque é uma criação pensada para exaltar as belezas de Mato Grosso do Sul, suas tradições, fauna, flora, danças e influências fronteiriças”.
Itinerante
Neste retorno ao Parque das Nações Indígenas já estão confirmadas as seguintes atrações: Grupo Oficina de Dança de Corumbá (Dança Regional); Maria Di Q? (Moda e Design); Projeto Elizze (Música Eletrônica); Marlene (Artesanato); B.boy Austar – The Breakingluz (Cultura Hip Hop); Little Suzzie (Rockabilly); F5 (Rap); Valu Samba Trio (Samba e MPB); Cidadania Viva (Práticas Educomunicativas); Coletivo dos Povos Originários (Cultura e Tradições Indígenas); Charanga do Cordão Valu (Carnaval); Caco Nogueira (Sertanejo); Grupo AMDEF Dance (Dança do Ventre em Cadeira de Rodas); Evelyn Lechuga (MPB); Duda Rios (Artes Visuais/Performance); Elias Borges (Literatura); Silveira (Soul Music/MPB) e Pretah (Homenagem aos 16 anos Cordão Valu).
Ao longo dos seus seis meses de execução, o Festival Sarau Cidadania e Cultura no Parque já percorreu bairros como Vida Nova, Moreninhas, Aero Rancho, União, Caiobá, Paulo Coelho Machado e Comunidade Tia Eva. Recentemente, a Secic promoveu uma edição especial no distrito de Anhanduí. E ,no dia 10 de dezembro, o distrito de Rochedinho sediará o evento.
A estimativa é de que mais de 400 atrações artísticas passem pelo evento, que segue com programação até o dia 18 de dezembro. Lembrando que os artistas ainda podem fazer a inscrição para participar. Basta preencher o formulário simplificado que está disponível no site www.setesc.ms.gov.br, clicando no banner relacionado ao evento.
O Sarau no Parque é uma realização da Secretaria de Estado de Cidadania e Cultura, com apoio da FCMS – Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, ambos órgãos vinculados ao Governo do Estado.
A programação na íntegra e outras informações do evento você confere pelo Instagram e Facebook: @saraunoparquems.
Festival Sarau de Cidadania e Cultura no Parque
Data: 4 de dezembro (domingo)
Horário: 16h às 20h
Local: Parque das Nações Indígenas
Entrada gratuita