Campo Grande (MS) – Documento publicado neste mês de março pela ONU Mulheres para Américas e Caribe, alerta para o aumento da incidência de violência contra mulheres durante o período de isolamento por conta da pandemia do novo coronavírus. O documento reforça a preocupação com trabalhadoras do setor da saúde, trabalhadoras domésticas, mulheres na economia informal, migrantes, refugiadas e mulheres em situação de violência. Veja a íntegra do informativo em bit.ly/COVID19_Mulheres.
Segundo o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, 90% dos casos de violência ocorrem no local onde as vítimas moram. Em Mato Grosso do Sul, essa realidade não é diferente, motivo pelo qual o Governo do Estado reafirma seu compromisso com a prevenção e combate a toda e qualquer forma de violência contra as mulheres. Sendo assim, mantém em funcionamento os serviços essenciais que atendem a essa parcela da população.
“O isolamento social vai fazer com que as famílias passem mais tempo juntas. Isso pode gerar mais conflitos, que podem resultar em situações de violência doméstica ou agravar agressões que já vinham acontecendo neste ambiente. A rede de atendimento e proteção à mulher não irá parar e é importante que a vítima saiba que, mesmo na quarentena, pode buscar ajuda”, explica a Subsecretária Estadual de Políticas Públicas para Mulheres, Luciana Azambuja.
De acordo com reportagem da BBC, na China, desde que as pessoas começaram a passar mais tempo em casa para se prevenir da doença, mais mulheres noticiaram casos de violência doméstica, seja como vítima ou testemunha. Já nos Estados Unidos, segundo a revista Time, a National Domestic Violence Hotline – que funciona como o Disque 180 no Brasil e é usada para atendimento de vítimas em situação de vulnerabilidade – divulgou recentemente que aumentou o número de casos de agressores que estão usando o coronavírus como um meio de isolar mulheres ainda mais de seus amigos e familiares, acentuando a violência psicológica e ampliando o poder sobre as vítimas.
O CNJ divulgou, recentemente, que o Brasil registrou em 2019 mais de um milhão de processos por violência doméstica e mais de cinco mil processos de feminicídio em trâmite nos Tribunais de Justiça do país – constatando-se um aumento de 5% dos casos em relação a 2018. Os dados estão no Painel de Monitoramento da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgados no dia 9 de março.
A recomendação, portanto, é que a mulher não deixe de buscar ajuda junto a autoridades policiais, no sistema de saúde ou nos órgãos municipais da rede socioassistencial. “Dados como esses nos preocupam especialmente porque sabemos que a violência doméstica ainda é subnotificada e permanecer em casa pode ser sinônimo de mais vulnerabilidade e violência” ressalta a Subsecretária, lembrando que todas as Delegacias de Polícia Civil do Estado continuam atendendo normalmente os casos de violência contra a mulher.
ONDE PROCURAR AJUDA:
Em casos de emergência, ligue 190 para a Polícia Militar;
Para informações e denúncias, ligue 180 – serviço do governo federal, funciona 24h e recebe denúncias anônimas.
Em Campo Grande:
Casa da Mulher Brasileira: (67) 2020-1300;
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) – (67) 4042-1319 (funciona 24h, todos os dias);
Centro Especializado de Atendimento à Mulher em situação de violência (CEAM) – 0800-67-1236 (possui assistentes sociais e psicólogas);
Patrulha Maria da Penha – ligue 153
No interior:
Para as mulheres que se encontram numa relação abusiva ou violenta, a orientação é buscar ajuda nos CAM/CRAM, CRAS e CREAS, que atendem mulheres em situação de violência e violação de direitos.
Para orientações e em casos de urgência, a Polícia Civil e a Polícia Militar estão à disposição em todos os municípios.
Confira aqui os serviços especializados de atendimento à mulher em situação de violência – rede de atendimento de Mato Grosso do Sul.