Com objetivo de introduzir uma nova cultura de gestão interna tanto no âmbito da legalidade, quanto no aspecto ético, na última quarta-feira (27) o programa compliance que iniciou o seu plano piloto na Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), a partir da Fundação Estadual de Cultura, realizou a terceira oficina, dessa vez para tratar de gerenciamento de riscos.
Estavam presentes equipes da CGE e SEGOV e técnicos da Fundação de Cultura. O compliance possui quatro eixos essenciais. O primeiro gira em torno da ética e conduta, o segundo a aderência às leis, regulamentos, normas internas, que pressupõe a adequação da gestão aos instrumentos legais. O terceiro eixo, é a integridade, examinando os processos suscetíveis à fraude e corrupção, trabalhando com alinhamento de controles preventivos para evitar essas situações.
Por fim, o quarto eixo, trata-se justamente do gerenciamento de risco corporativo, pois as organizações precisam olhar para os seus riscos, que podem ser de várias naturezas, financeiros, operacionais, de integridade, riscos de tecnologia da informação, dentre outros.
O coordenador do Programa compliance no Mato Grosso do Sul, João Francisco Arcoverde Lopez, da Controladoria Geral do Estado, fala da relevância de introduzir a gestão de riscos aos servidores.
“Gestão de risco é antever algo que pode vir a acontecer, se alguma coisa já aconteceu, não é mais risco, é materialização do risco, passa a ser questão de gestão. Gestão de risco é um componente importantíssimo do compliance, estamos dando um dos primeiros passos para que o processo de gerenciamento de risco seja incorporado como um instrumento de gestão junto com outros tantos que vão tornar a Fundação de Cultura numa linha de compliance. Porque compliance é fazer certo aquilo que a gente acha que é certo, mas fazer certo em todas as questões, em todos os ambientes”, finaliza.
O compliance é uma abordagem estratégica que estimula os funcionários a adotarem uma postura mais ativa e concentrada. O programa tem como um dos objetivos ensinar a pensar a longo prazo, desencadeando uma transformação na cultura política.
Na ocasião, a proposta foi a criação de um comitê que enxergue a administração como um todo, que tenha capacitação técnica para fazer parte de um comitê estratégico. Para isso, é necessário um coordenador de gestão de riscos, responsável pela implantação e manutenção dos conceitos. Além disso, é o órgão precisa estabelecer um mapa estratégico com missão, visão e valores corporativos. Também foram mostrados alguns eixos que podem ser trabalhados no gerencimento de riscos como estratégia, finanças, cultura, comunicação e governança.
Mateus Abrita, responsável pela coordenadoria de estudos, análises e riscos estratégicos ligada à Secretaria Executiva de Gestão Estratégica e Municipalismo, destaca a importância do gerenciamento de riscos no governo.
“É fundamental o gerenciamento de riscos no governo, porque quando nós o fazemos, estamos identificando-os. Produzindo uma análise qualitativa e quantitativa dos riscos e, principalmente, os tratando. Então você vai ter uma visão proativa, não vai mais esperar que as coisas aconteçam para depois apagar incêndio. Sai de uma visão reativa, em que a gente está todo dia apagando incêndio, para uma visão proativa, ou seja, com antecedência, você já mapeou seus riscos, tratou e os diminuiu”, frisa.
Texto e fotos: Bel Manvailer, Setescc