Muito além do 19 de abril, instituído o Dia do Índio no Brasil em 1943, estão em todos os dias na vida dos índios a afirmação da sua identidade, a defesa das suas tradições e cultura, assim como a luta pelo direito à terra e pela ocupação de espaços na sociedade.
Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do país, são 08 povos indígenas, espalhados por 29 municípios, que fortalecem esse legado de resistência. Guarani, Kaiowá, Terena, Kadiwéu, Kinikinaw, Atikun, Ofaié e Guató, povos que celebram a memória de seus antepassados, mantendo e passando de geração em geração a sua cultura.
Segundo a Subsecretária de Estado de Políticas Públicas para População Indígena, Silvana Terena, é importante respeitarmos e entendermos a individualidade de cada povo. “Cada povo mantém a sua história através da pesca, caça, artesanato, confecção e utilização dos penachos e cocares, das danças, das crenças, e de tantos outros tesouros guardados pela tradição. E isso faz com que tenhamos uma mistura de ensinamentos tão diversos, que marcam nossa luta diária”, explica.
As Nações indígenas de Mato Grosso do Sul
Ofayé Xavante – Donos de um território que ia do rio Sucuriú até as nascentes dos rios Vacarias e Ivinhema, com mais de cinco mil índios, a nação Ofaié Xavante se resume hoje a 50 pessoas, em uma reserva no município de Brasilândia.
Kadiwéu – Durante centenas de anos dominaram uma extensão do Rio Paraguai e São Lourenço, enfrentando os portugueses e espanhóis que se aventuravam pelo Pantanal. Habitam os aterros próximos às baías Uberaba, Gaiva e Mandioré.
Guató – Os guató, conhecidos como uma grande nação de canoeiros, conseguiram recuperar nos últimos anos uma pequena parte de seu território com a demarcação da Ilha Insua ou Bela Vista. Agora confinados na própria cultura, isolados, porém semi-urbanizados na Aldeia Uberaba, a 350 quilômetros de Corumbá, no coração do Pantanal.
Guarani – Remanescentes dos ervais da fronteira com o Paraguai e com uma área superior a dois milhões de hectares, a nação guarani, do tronco tupi, tem sua população dividida em 22 pequenas áreas em 16 municípios no sul do Estado.
Kaiowá – Eles vivem na região sul do Estado e no passado eram milhares ocupando 40% do território de Mato Grosso do Sul. Pertencem ao tronco linguístico tupi e é um dos únicos grupos indígenas que tem noção de seu território.
Terena – Agricultores, os terena estão concentrados na região noroeste do Estado e com grandes levas nas aldeias urbanas de Campo Grande. Pertencem ao tronco linguístico Aruak. Foram os últimos a entrar na Guerra do Paraguai e pode ser este o motivo de não terem sido totalmente dizimados.
O Dia do Índio
O Dia do Índio foi oficializado no Brasil em 1943, durante governo do presidente Getúlio Vargas. A data tem por objetivo lembrar a todos da importância de se preservar a identidade, dos direitos e a cultura das populações indígenas no país.
O dia 19 de abril foi escolhido no calendário em alusão ao Primeiro Congresso Indigenistas Interamericano, realizado em Patzcuaro, no México, em 1940. Há também o Dia Internacional dos Povos Indígenas, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebrado no dia 9 de agosto.