A equipe que foi colaborar no resgate de animais na enchente do Rio Grande do Sul recebeu Moção de Congratulação da Câmara Municipal de Campo Grande na manhã desta terça-feira (11.06). Receberam a Moção o superintendente de Políticas Integradas de Proteção da Vida Animal, Carlos Eduardo Leite Rodrigues; o assessor de Comunicação da Superintendência, Jean Adrian Medina; o veterinário Samuel Lima Ferreira Figueira; o sargento da PM de Mato Grosso do Sul, Edson Macedo da Silva e os voluntários Emília Diniz, Francisco dos Santos, Israel da Conceição Santos e Welinton Pereira Alves.
Toda a equipe foi para o Rio Grande do Sul e fez o resgate de animais ilhados que necessitavam de socorro. Junto com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, eles levaram 15 mil doses de vacina antirrábica e remédio para os animais, bem como 14 toneladas de ração para cães, gatos, cavalos e coelhos. Para a população levaram duas toneladas de alimentos, cobertores e 12 mil litros de água potável, além de distribuição de marmitas para os desabrigados.
O superintendente de Políticas Integradas de Proteção da Vida Animal, Carlos Eduardo Leite Rodrigues, afirmou que voltou com um olhar totalmente diferente para a vida. “O tempo que nós possibilitamos de passar lá com aquelas pessoas e, podendo junto com o grupo, contribuir com o resgate de animais, acabamos dando aporte também para a população porque o estado em que eles estão vivendo lá é muito crítico, então a gente precisou estender um pouco mais da nossa missão. Pessoas ficaram lá para continuar o nosso trabalho, pessoas estão voltando e ficando a todo o tempo para continuar com o trabalho que foi iniciado por nós lá. Ficamos muito impactados em relação aos animais, um dia a gente chegou no abrigo tinha 700 animais, no outro dia tinha 1.300 animais e foi crescendo, e a gente foi vendo ali que as pessoas precisavam muito do nosso serviço não no ato do resgate, mas sim na mão de obra para ajudar os abrigos, porque ali ficava concentrada a maior demanda e foi ali que nós gastamos a maior parte da nossa energia. Distribuímos também os medicamentos, as vacinas, por meio do Governo do Rio Grande do Sul, para que eles pudessem fazer a distribuição de uma forma mais ampla, porque nós não conseguimos acessar o Estado inteiro”.
“O tempo que a gente passou ali acho que conseguimos contribuir um pouco com o nosso serviço e somos gratos a Deus por nos dar saúde para podermos contribuir com o Estado do Rio Grande do Sul e a todos os nossos parceiros que ficaram lá. Gostaríamos de agradecer à Sema, que é a Secretaria de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, que nos deu o suporte para que nós pudéssemos levantar nosso acampamento e acessar as regiões mais difíceis de alagamento.”
Carlos Eduardo relata, emocionado, o resgate que foi feito de um cão que estava há 17 dias aguardando para ser resgatado. “Fomos muito felizes que conseguimos resgatar uma vida que estava aguardando há 17 dias pelo resgate e eu fui surpreendido porque eu estava junto na embarcação, para mim foi muito emocionante, toda vez que eu lembro eu sofro muito porque era uma amostra da resistência aquele cachorro, ele ficou 17 dias nos aguardando e para nós foi paga esta viagem porque nós estivemos lá com o último fôlego dele para fazer este resgate, foi muito emocionante, tocou toda a equipe e a gente só tem a agradecer a Deus pela oportunidade”.
O superintendente agradeceu a toda a equipe que esteve junto, desde o dia 15 até o dia 23 de maio. ”O Grupo Gretap [Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal], a guarnição comandada pelo sargento Macedo, que esteve fazendo toda a nossa guarda, e deixar aí o recado, que Deus abençoe o Estado do Rio Grande do Sul, que dê forças a todas as pessoas que perderam seus lares, e que também dê forças aos animais para que eles resistam agora neste segundo momento, que é o momento de abrigo, de não ter um lar, de ficar um pouquinho recluso para que as coisas se normalizem e eles poderem voltar normalmente. Faço um apelo à sociedade para continuar realizando as doações e quem puder fazer a adoção daqueles animais, são cães e gatos que precisam de um lar”.
O segundo sargento da Polícia Militar Edson Macedo da Silva, lotado na Diretoria de Gestão e Apoio Logístico da Polícia Militar, na Central de Serviço de Manutenção da Polícia Militar, explicou que a sua função era coordenar pontos de apoio para que o trabalho que estava sendo desenvolvido pela Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura pudesse ser concluído. “O cadastramento de postos, o fornecimento em logística com viaturas, o deslocamento e também a segurança da equipe que foi disponibilizada para esta missão”.
O sargento Edson relata que a equipe saía de manhã com café da manhã e não tinha horário para retornar. “A gente teve várias dificuldades no início de incursão na parte alagada, questão de segurança, como era uma área de desastre, algumas forças de segurança não estavam conseguindo acesso à população. Nosso trabalho inicial seria o resgate de animais, com suplementação alimentar, com todo um cuidado de resgate desses animais, só que se estendeu a muito mais do que isso. A gente viu a necessidade de atendimento de vítimas, de pessoas desabrigadas, com o fornecimento de cesta básica, de água, de marmitas que o próprio grupo de voluntários produziu com recursos próprios, e a gente fazia incursão na parte alagada levando esta alimentação. A gente ficou um total de dez dias com o grupo da Setesc, que retornou com o ônibus e as minhas duas equipes ficaram por mais 15 dias. É gratificante, foi uma experiência que a gente vai levar pro resto da vida. A gente chegou ao ponto de sentir o baque da missão, mas o grupo estava bem unido, era um grupo de voluntários, de militares que estavam compromissados com a missão”.
Karina Lima, Comunicação Setesc
Fotos: Divulgação