Campo Grande (MS) – A campanha dos “16 dias de Ativismo pelo fim da violência contra mulheres”, teve início na manhã desta segunda-feira (25.11), com a realização de um workshop com o tema: “Violência Doméstica e seu impacto no Mercado de Trabalho. Por que as empresas devem se preocupar com isso?”
O evento foi realizado em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL), com o objetivo de debater a importância do papel do gestor no apoio à vítima, os tipos de violência, os mitos da violência doméstica, sinais que a mulher está sendo vítima de violência doméstica e os equipamentos de atendimentos à mulher em situação de violência.
“Precisamos falar sobre o impacto que a violência traz para a vida profissional da vítima. Segundo dados a mulher empregada, e que sofre algum tipo de violência falta em média 18 dias no serviço. Com isso, tem desconto nos salários e corre o risco de ser demitida. A violência traz prejuízos de R$ 1 bilhão ao país por conta dessas faltas. O empresariado precisa estar sensível para oferecer apoio às essas mulheres”, explica a Subsecretária Estadual de Políticas Públicas para Mulheres, Giovana Correa.
Na ocasião a coordenadora da Casa Abrigo, Ana Lucia Pires, explicou sobre o trabalho desenvolvido com as abrigadas (mulheres em risco eminente de morte), com a confecção de bonecas “Frida” e “Malala”, como forma de geração de renda para essas mulheres.
Para a secretária-adjunta de Cidadania, Maria Thereza Trad, é de suma importância a parceria com a CDL Campo Grande. “Essa é uma campanha da sociedade, todos devem estar atentos a qualquer forma de violência contra as mulheres. Os empresários, os lojistas, precisam saber identificar quando algo não está bem com uma funcionária e assim orientar sobre o canal de denúncia”, conclui.
A campanha dos “16 dias de ativismo” é uma mobilização mundial que ocorre em mais de 160 países, sendo realizada no Brasil desde 2003. Em Mato Grosso do Sul, a Lei nº 4.784/2015, sancionada pelo Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em 16 de dezembro de 2015, instituiu o dia 25 de novembro como o “Dia Estadual de Mobilização pelo Fim da Violência contra a Mulher”.
Ao longo dos 16 dias serão realizados encontros, panfletagens, palestras e debates, bem como serão trabalhadas nas redes sociais peças que irão explicar contextos de violência doméstica e familiar, violência sexual, o assédio no ambiente de trabalho, a importunação ofensiva ao pudor no transporte público e em locais públicos, e o feminicídio.
ATIVISMO – Os 16 Dias de Ativismo começaram em 1991, quando mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), iniciaram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como Las Mariposas, assassinadas em 1961 por integrarem a oposição ao regime do ditador Rafael Trujillo, na República Dominicana.