Campo Grande (MS) – A Subsecretaria Estadual de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM), realizou reunião online, nesta quarta-feira (22.07), com o objetivo de apresentar o Projeto Paralelas às gestoras de Políticas Públicas para Mulheres de outros Estados Brasileiros.
“Em abril a Lei Maria da Penha foi alterada com o objetivo de ampliar a proteção sobre a mulher, prevendo que os homens denunciados por violência doméstica terão que fazer acompanhamento psicossocial de forma individual ou em grupo, além de frequentar obrigatoriamente centros de educação e reabilitação. E como Mato Grosso do Sul tem desde 2015 um projeto do Ministério Público Estadual que se destaca nessa atuação, nos propusemos a compartilhar com as demais gestoras que trabalham com o enfrentamento à violência contra a mulher”, explica a Subsecretária Estadual de Políticas Públicas para Mulheres, Luciana Azambuja.
O Projeto “Paralelas” consiste na realização de grupos reflexivos com homens autores de violência doméstica, numa perspectiva reflexiva e responsabilizante, por meio de ações humanizadas, tendo como técnicas a escuta qualificada, a comunicação interpessoal e a realização de dinâmicas individuais e coletivas voltadas à resolução não violenta de conflitos e, principalmente, à conscientização do ato praticado, a partir da discussão de gênero e desconstrução de conceitos patriarcais e foi idealizado pela Promotora de Justiça Fernanda Proença de Azambuja, da comarca de Chapadão do Sul.
“O projeto surgiu na minha comarca anterior em Rio Verde, quando eu comecei a perceber que os homens eram reincidentes e esse fato começou a me preocupar, porque a Lei sozinha não era o suficiente para transformar o pensamento daquele homem agressor, então iniciei o “Paralelas” com apoio de assistentes sociais e psicólogas da prefeitura, ressalta a Promotora.
Na ocasião a promotora apresentou também dados estatísticos do projeto no município de Chapadão do Sul, que ao longo de pouco mais de três anos atendeu quase duzentos homens e destes apenas um foi novamente condenado por violência doméstica. “Esse dado mostra que o número de reincidência é muito baixo. Há uma gratidão por parte dos participantes, porque eles entendem que o comportamento que tinham era errado, e conseguem reagir de forma não agressiva as adversidades do dia a dia em seus lares e relacionamentos”, conclui.
Participaram da reunião gestoras de políticas para mulheres dos Estados do Piauí, Rondônia, Amazonas, Tocantins, Goiás, Roraima, Paraná, Maranhão, Amapá, Pará, Paraíba, Espírito Santo e representante da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM).
Destacando as falas no encerramento da reunião da gestora de Goiás, Rose Guimarães, uma excelente iniciativa, parabenizo a Luciana Azambuja e a Drª Fernanda”, e de Ana Barroncas do Amazonas “agradeço imensamente a exposição do projeto e parabenizo pelo trabalho desenvolvido.
Acesse aqui o vídeo sobre a história do Projeto Paralelas.