Grandes nomes que fazem história nas artes visuais, artesanato, audiovisual, circo, dança, literatura, música, teatro e patrimônio histórico de Mato Grosso do Sul serão contemplados com o Prêmio Glorinha de Sá Rosa: Valorizando os Expoentes.
Lançado nessa quinta-feira (7) pelo Governo do Estado, através da Fundação de Cultura, o edital “Cultura Em Movimento – Prêmio Glorinha De Sá Rosa: Valorizando Os Expoentes” vai premiar 20 artistas, com 60 anos ou mais, em reconhecimento à trajetória profissional.
Subsecretária de Políticas Públicas para a Pessoa Idosa, pasta ligada à Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), Zirleide Barbosa, destaca que o prêmio inédito também é uma forma de apresentar e fazer perpetuar o trabalho destes artistas nas novas gerações.
“O nosso Estado é rico nas expressões culturais, e é fundamental reconhecer a contribuição dada pelos artistas 60+. Nós temos talentos e pessoas com uma trajetória que ajudaram a construir a cultura de Mato Grosso do Sul, e ser reconhecido e homenageado em vida dá visibilidade e faz com que estas produções continuem”, ressaltou Zirleide.
Para o diretor-presidente da Fundação de Cultura, Max Freitas, o prêmio também vai inspirar novas gerações. “Suas palestras poderão inspirar novas gerações de artistas e o nome do prêmio não poderia ser o mais assertivo, uma vez que a professora Glorinha Sá Rosa, foi um ícone em nossa cultura e está pra sempre em nossa história”, pontuou.
Prêmio
Serão 20 artistas premiados nas categorias: Artes Visuais, Artesanato, Audiovisual, Circo, Dança, Literatura, Música, Patrimônio Cultural e Teatro. Entre os critérios previstos no edital, é preciso que o artista tenha, no mínimo, 60 anos de idade na data da inscrição, e comprove o tempo mínimo de 10 anos de atuação cultural, além de ser residente no Estado de Mato Grosso do Sul há pelo menos cinco anos.
O edital completo pode ser baixado no link :https://bit.ly/editalpremioglorinha e as inscrições podem ser feitas pelo formulário online: https://bit.ly/formulariopremioglorinha o artista tem 45 dias a contada da data de publicação do edital para fazer a sua inscrição. O valor da premiação será de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a cada selecionado.
De acordo com a Fundação de Cultura, o artista premiado, como forma de contribuir para perenidade de seu trabalho e divulgá-lo às novas gerações, com espírito altruísta, poderá optar em ofertar à sociedade uma oficina/palestra de 2 (duas) horas de duração, a alunos das escolas da Rede Pública Estadual de Ensino, a ser agendada com a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, pelo período de até um ano a contar da data do pagamento da premiação.
Para o recebimento do prêmio, o artista não está obrigado a ofertar a oficina/palestra, tratando-se de mera liberalidade, todavia uma vez assumindo o compromisso com a FCMS deverá executar a oficina/palestra, sendo formalizado um termo de compromisso.
Maria da Glória de Sá Rosa
O prêmio é uma homenagem à professora Glorinha Sá Rosa, uma das grandes expoentes da cultura de MS. Maria da Glória Sá Rosa nasceu em Mombaça (CE), no dia 4 de novembro de 1927. Era formada em Línguas Neolatinas na PUC/RJ, diplomada em francês, fundou e dirigiu a Aliança Francesa em Campo Grande, além de fundar a Revista Estudos Universitários/FUCMAT; o Teatro Universitário Campo-grandense (TUC) e o Cine Clube de Campo Grande.
Também dirigiu o projeto Prata da Casa, responsável por espetáculos de música ao vivo e pela edição de disco de músicas da região. Trabalhou por cerca de 26 anos na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), fez parte da academia sul-mato-grossense de letras onde ocupava a cadeira de número 19.
Glória também atuou no poder público ocupando diversos cargos como secretária-adjunta da Secretaria de Desenvolvimento Social, assim como presidente do Conselho Estadual de Cultura, superintendente da Secretaria de Cultura e Esportes e presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Faleceu em 2016 aos 88 anos vítima de um AVC.
Teve as seguintes obras publicadas: Estudo sobre Guimarães Rosa – 1967, Análise Estrutural do Romance – 1971, O Romance brasileiro atual Realismo Mágico e Realismo Mimético – 1976, Análise Interpretativa do conto “Casa de Bronze” de João Guimarães Rosa – 1974, Memórias da Cultura e da Educação em Mato Grosso do Sul, Deus quer, o homem sonha, a cidade nasce – “Campo Grande Cem Anos de História”, Crônicas de Fim de Século – 2001, Contos de Hoje e Sempre – Tecendo Palavras, Artes Plásticas em Mato Grosso do Sul (em parceria com Idara Duncan e Yara Penteado) e a Música de Mato Grosso do Sul, em parceria com Idara Duncan (FIC-MS, 2009).
Ela deixou um legado de ações que vão perdurar para sempre na história do Mato Grosso do Sul e foi sem dúvida uma das maiores incentivadoras da arte do nosso Estado.