Como parte das ações do I Festival de Arte, Diversidade e Cidadania – “Campão Cultural”, adolescentes e jovens de comunidades indígenas e da periferia de Campo Grande, estão participando de rodas de conversa e intervenções culturais no prédio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e de muralismo nas obras de reforma da Casa do Artesão.
A experiência é uma mostra do que o Programa Cidadania Viva, promoverá com os jovens com o objetivo de estimular e disseminar ações que fomentem o exercício da cidadania, incentivando o diálogo por meio da educomunicação.
De acordo com o secretário-adjunto de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero, idealizador do Projeto Cidadania Viva, essa primeira ação foi muito positiva. “Tivemos uma integração das linguagens artísticas, onde conseguimos reunir artistas de muralismo e grafite, junto com isso inserir as expressões artísticas dos jovens. Além da integração entre projetos, como por exemplo, o projeto Livres que é de uma comunidade periférica que usa a musicalização com instrumentos de lixo seco para trabalhar o letramento, com projetos das comunidades indígenas. ”
Presente desde o primeiro dia, que foi marcado pela realização de uma roda de conversa, que teve como tema: Juventude, Cidade e Patrimônio Cultural, a anciã da Aldeia de contexto Urbano Paravá, Nena Terena, destacou que, “tenho gostado muito de estar com os jovens, da cultura e quero participar mais. E daqui para frente esses eventos podem chegar na aldeia, o que vai ser muito bom.”
ARTE E CULTURA
Os resultados das trocas de experiências podem ser conferidos nos tapumes da reforma da Casa do Artesão, em Campo Grande. As técnicas do muralismo e grafite como expressão comunicativa, exposição de pensamentos e visão de mundo, foram usadas para representar a temática trabalhada durante as atividades.
“É tudo, é uma união de forças primeiro, porque as competências são de iguais para iguais. Quando você tem a possibilidade de contribuir com a arte para o conhecimento e desenvolvimento das comunidades mais jovens e que inclusive não tinham acesso a isso é algo muito importante para a construção social das pessoas e para a formação da comunidade em geral”, ressalta Apres Gomes Neto, que faz parte da equipe do Campão Cultural.
O artista Libencio Lourenço, mais conhecido como ‘Cuca’, está participando da ação e garantiu que o programa é uma forma do seu trabalho ser ainda mais reconhecido dentro e fora de Nioaque. “Para mim é uma experiência proveitosa, eu não sou de Campo Grande, sou de Nioaque, e eu estou muito feliz em poder participar aqui. E essa tela que eu estou pintando ela se chama “O Protetor”, é um indiozinho que abraça os animais contra o fogo que está acontecendo no pantanal. E essa troca com os jovens está sendo maravilhosa para mim e para eles, eu tenho muito que aprender com eles”, afirmou.
A música também está presente nas atividades com a presença do projeto Livres. “Nós trabalhamos a mais de 8 anos com o contra turno escolar pedagógico com crianças e adolescentes que apresentavam dificuldade no aprendizado. E a música ela produz a capacidade de desenvolvimento das habilidades, então todas essas dificuldades são sanadas através da musicalização. E a gente faz percussão com lixo seco porque é uma forma barata e você tem acesso a esses instrumentos que são jogados na natureza e você produz uma coisa boa. E estamos aqui com os povos indígenas e isso é uma experiência única e precisamos conhecer mais da cultura deles e eles cada vez mais integrados às culturas das zonas urbanas”, afirma Rosangela Maria do Nascimento coordenadora do projeto.
No próximo sábado (27), a partir das 09h, na Casa do Artesão, será realizada uma exposição do material confeccionado pelos jovens. A atividade marcará o encerramento desta primeira ação do Programa Cidadania Viva, dentro do Campão Cultural. Na ocasião, será possível acompanhar o processo criativo desde o papel até o muralismo. E na sequência os participantes receberão o certificado.
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Fotos: Elias Reis e Luan Saraiva