Campo Grande (MS) – Campo Grande sediou na noite de quarta-feira (23.10), o I Seminário de Políticas Públicas na Atuação da Prevenção do Suicídio. O evento foi realizado na Universidade Anhanguera e teve como objetivo desmistificar o assunto a fim de evitar mais tragédias, além de discutir as possibilidades de intervenção e prevenção ao suicídio no âmbito sul-mato-grossense, estendendo as ações realizadas durante o mês definido como “Setembro Amarelo”.
Parceiro do evento o subsecretário de Políticas Públicas para Juventude, Ian Leal, explicou a importância de debater o tema em todos os municípios do Estado. “Precisamos falar sobre as doenças mentais não só em grandes centros, mas em todos os 79 municípios. Se a gente centraliza, os demais não recebem as informações como devem receber. Precisamos pulverizar em todas as regiões, para que todos os cidadãos do Mato Grosso do Sul possam saber o que fazer, como agir, aonde ir e como identificar as doenças mentais e contribuir para que as tentativas de suicídio não aconteçam”, explica.
Na ocasião os participantes presenciaram o depoimento de José Roberto Gomes, que no dia 10 de dezembro de 2016, perdeu sua esposa e seu filho vítimas de suicídio. “Já que eu não posso fazer mais nada sobre a Valquíria e o João Roberto quero tentar ajuda os outros, contribuir. Mostrar que existe tratamento e pessoas querendo ajudar”.
A médica Valquíria Feitosa Patrício Gomes, 31 anos, e o filho João Roberto, 2 anos, foram encontrados mortos numa noite de sábado, na casa em que moravam, no bairro Itanhangá Park, em Campo Grande.
Na carta de despedida lida, ela relatou ter uma doença e que temia a evolução do problema. No depoimento, marcado por voz embargada e momentos para retomar o fôlego, José contou que a esposa ocultou a doença. “O tempo parece não passar, é como se tudo tivesse acontecido ontem. Mas quero mostrar para as pessoas que existe ajuda, que, independente do problema, o sol volta a brilhar. Sejamos sensíveis para que as pessoas tenham confiança em falar de seus problemas. Valquíria não é meu passado, ela é meu futuro. Eu sempre vou tê-la como minha referência de superação”, afirmou.
O Seminário teve como apoiadores o Comitê Estadual de Prevenção ao Suicídio de Mato Grosso do Sul, Conselho Regional de Psicologia (CRP/MS), Centro de Valorização da Vida (CVV), Universidade Anhanguera de Ensino, União Nacional de Legisladores e Legislativos Estaduais (UNALE), Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) e Cruz Vermelha Brasileira – MS.