Na tarde da última quarta-feira (31), com objetivo de combater a LGBTFOBIA, o Centro Estadual de Cidadania LGBTQIA+ ligado a Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania) e o Coletivo TRANSPOR realizaram uma capacitação para promoção da convivência integrativa de pessoas trans e travestis com servidores e estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
O evento foi no auditório do complexo EAD, na Escola de Extensão da UFMS e estavam presentes estudantes, professores, prestadores de assistência estudantil e demais membros da comunidade interna.
O coordenador do Centro Estadual de Cidadania LGBTQIA+, Jonatan Espindola, apresentou os direitos legais e os principais serviços prestados pelo Centro Estadual. Além disso, na ocasião ressaltou que existem marcadores sociais que influenciam nas discriminações sofridas por pessoas trans e travestis.
“O objetivo da comunidade não é estabelecer um nível de quem sofre mais ou menos, mas precisamos reconhecer que as barreiras não são iguais. Existem vários marcadores sociais que influenciam nas barreiras, diminuição de acesso a serviços e discriminação. A passabilidade e o recorte de etnia e cor, dizem muito como vamos promover e pensar em políticas públicas para a população LGBTQIA+.” ressalta Jonatan.
O coletivo TRANSPOR, apresentou o curta-metragem “Tatiana” e informou sobre temas como: expressão de gênero, hormonização, identidade de gênero, nome social, banheiro neutro, linguagem inclusiva, dentre outros.
A estudante do Curso de Psicologia e representante do Coletivo TRANSPOR, Gal BMT, ressalta que os dois banheiros neutros que existem na universidade são uma grande conquista, mas que mesmo no banheiro neutro ela sofre violência. “Ainda assim, muitas vezes não temos condições de usar, pois as pessoas depredam o banheiro e tiram o papel, muitas vezes eu tenho que ir pra casa. Como estudar e passar por todos os problemas que envolvem estar em uma universidade e ainda ter que lidar com esse tipo de coisa?.” indaga Gal.
De acordo com o Dossiê de Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, foram contabilizados 131 assassinatos contra pessoas trans, em 2022. O número coloca o país pelo 14º ano consecutivo como o que mais assassina pessoas trans no mundo, sendo que 90% das vítimas têm entre 15 e 40 anos.
Bel Manvailer, Setescc