Audiência Pública “Os Tesouros vivos da cultura de MS” discute valorização de artistas

  • Publicado em 06 set 2023 • por Maria Isabel Manvailer Siqueira •

  • Com o objetivo de ouvir as demandas da sociedade, reivindicações, a fim de encaminhar propostas a respeito da situação dos artistas no estado, a ALEMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), realizou na tarde de terça-feira (05), a audiência pública com o tema “Os Tesouros Vivos da Cultura de MS – Reconhecimento e Ação”.

    Na ocasião foi solicitada a criação de uma Lei de amparo social voltado para os artistas devido alguma doença ou idade avançada. As propostas que foram submetidas serão levadas à conferência estadual que ocorrerá em dezembro.

    Representando o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, o Secretário da SETESCC (Secretaria de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania) e também diretor presidente da FCMS (Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul), Marcelo Miranda, ressaltou que o momento é muito favorável para a construção de uma política pública sólida que atenda os artistas sul-mato-grossenses. 

    “Nós estamos completamente abertos na secretaria para ouvir as demandas de vocês, começamos com a valorização dos artistas regionais, cortando os pagamentos de cachês de artistas de fora do estado, com exceção dos artistas do “MS ao vivo” que era uma cobrança da população. Estamos criando também o Plano Estadual de Economia Criativa que já está bastante adiantado”, afirmou o Secretário.

    O proponente da Audiência Pública, deputado estadual e integrante da Comissão de Educação, Cultura e Desporto do Legislativo, Professor Rinaldo Modesto fala da importância da valorização dos artistas.

    “Não podemos admitir de forma alguma que pessoas, que ao longo de sua vida promoveram tantas alegrias ao povo sul-mato-grossense, fiquem à mercê da sorte, dependendo de amigos para fazer vaquinha e comprar alimentos”, indagou o Professor Rinaldo.

    Em outro momento Rinaldo, ainda ressaltou a relevância de ouvir os artistas. “Falar pouco e ouvir mais, para que possamos auxiliar no encaminhamento de soluções pelas demandas encaminhadas”.

     

    Foto: Wagner Guimarães

    Reivindicações

    Muitos presidentes de fóruns e conselhos, artistas e a população em geral tiveram a oportunidade de fazer seus pedidos e demandas.

    O Prof. Dr. Álvaro Banducci Júnior da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, ressaltou que a cultura é muito mais do que apenas expressões artísticas e que isso deve ser mencionado.

    “É importante a sabedoria dos raizeiros e  dos pesqueiros. O Babalorixá falou aqui da importância dos terreiros, da sabedoria, do conhecimento tradicional.  É importante a gente saber que os terreiros que mantiveram a festa de São João foram um dos agentes mais importantes da festa de São João de Corumbá, que hoje é patrimônio imaterial. O único patrimônio imaterial genuíno, tema do Grosso do Sul, em função da ação de pessoas do terreiro.” 

    Além disso, falou da importância das cerâmicas Terenas, Kadiwéu e também a representação dos Xamãs.

    Sobre a lei de amparo social, o ator e ativista cultural, Tero Queiroz ressalta que espera um diálogo respeitoso entre os artistas e o estado para a promoção da lei.

    “Para a criação de uma Lei de amparo social, no sentido que o artista está idoso e não consegue mais trabalhar, que ele tenha o acesso um fundo para se manter ao resto da sua vida, também aquele artista que está doente e impossibilitado de trabalhar e que de repente está no auge da sua produção, que foi abalado pela doença, como exemplo de artistas gigantescos que temos, que infelizmente está com câncer e não consegue trabalhar, que tem a passar vergonha e pedir dinheiro, é isso que não queremos mais”, frisa.

     

    Bel Manvailer, Setescc
    Fotos: Wagner Guimarães, ALEMS 

     

     

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    Fundação de Cultura, Setesc

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