A ancestralidade como protagonista, as histórias e as vivências do povo quilombola como chamariz para um turismo que enxerga os povos. Pensando no fortalecimento e na autonomia das comunidades quilombolas de Mato Grosso do Sul que a Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, pasta ligada à Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania) está estudando a formação de agentes para o turismo de base comunitária na própria comunidade.
As primeiras conversas começaram no início deste mês de outubro, a partir da visita da ambientalista e pesquisadora do Instituto Mamede, Simone Mamede, que já vem realizando um trabalho de apoio na comunidade quilombola Furnas da Boa Sorte, em Corguinho.
“O turismo de base comunitária é diferenciado, porque ele dá protagonismo à comunidade local, à comunidade tradicional, no caso da Furnas da Boa Sorte, por exemplo, é um turismo que dá protagonismo aos saberes e fazeres da comunidade quilombola”, descreve.
Em conversa com a subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Baptista Duarte, a ambientalista do Instituto explicou que junto do WWF tem apoiado a instalação de banheiros sustentáveis, que fazem o reaproveitamento de água da pia ou do chuveiro, para usar nos canteiros nas famílias que fazem parte do projeto de turismo de base comunitária, mas que percebe o quanto é possível investir em formação.
“Queríamos dar uma formação para este processo de fortalecimento da comunidade, em especial para este modelo de turismo que a gente chama de Ecoturismo de base comunitária, que valoriza não só a cultura local, como a biodiversidade, o Meio Ambiente, o Cerrado que pulsa naquela região e ainda é conservado dentro do território da comunidade quilombola Furnas da Boa Sorte”, ressalta Simone Mamede.
A proposta é de levar formação para criar uma agência de turismo de base comunitária na própria comunidade, junto a parceiros.
“E é uma ideia que a gente pode levar para outras comunidades que também estão trabalhando o seu turismo, e precisam dessa qualificação. A proposta de cursos para o turismo que já é feito nas comunidades de base, o chamado turismo de base comunitária, traz a história, a organização, a vivência e um pouco da ancestralidade de dentro para fora das comunidades. Vamos continuar conversando para ver como contribuir”, resume Vânia.
Paula Maciulevicius, da Setescc